Dicas de Livro
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Letra e música: A canção eterna (vol. 1); A palavra mágica (vol.2)
Para quem gosta de música e de literatura, uma boa sugestão é ler o livro de Ruy Castro, intitulado “Letra e música: A canção eterna (vol. 1); A palavra mágica (vol.2)”, lançado em 2013 pela Editora Cosac Naify, São Paulo.
Ruy Castro foi repórter, redator, editor e colunista de jornais e revistas como Correio da Manhã, Manchete, Seleções, Jornal do Brasil, IstoÉ, Playboy, Folha de S. Paulo e Veja São Paulo. Participou, também, de publicações antológicas como a revista Diners e o semanário O Pasquim.
Como escritor de livros, ele se tornou famoso ao publicar biografias e ensaios como “Chega de saudade” [sobre a bossa nova, 1990], “O anjo pornográfico” [sobre Nelson Rodrigues, 1992], “Estrela solitária” [sobre Garrincha, 1995], “Ela é carioca” [sobre Ipanema, 1999], “A onda que se ergueu no mar” [retomando a bossa nova como tema, 2001], “Carnaval no fogo” [sobre o Rio de Janeiro, 2003], “Carmen – Uma biografia” [sobre a cantora Carmen Miranda, 2005], “Um filme é para sempre” [sobre cinema, 2006], “Tempestade de ritmos” [sobre jazz e música popular, 2007], “O leitor apaixonado” [sobre literatura, 2009] e “Terramarear” [ em parceria com Heloisa Seixas, cobre viagens, 2001]. Todos pela Editora Companhia das Letras.
No volume 1 de “Letra e música”, intitulado: “A canção eterna”, Ruy Castro expõe a sua paixão pela música, transitando pelos mais variados gêneros: samba, choro, marchinhas de carnaval, baião, bolero, tango, mambo, valsa, jazz, blues, canção francesa, enfim, segundo suas palavras, “qualquer ritmo ou estilo, desde que contenha música”.
No volume 2, Ruy Castro declara o seu amor à palavra. Boa parte da ação de “A palavra mágica” se passa em sebos, livrarias, bibliotecas, aviões, cafés, cantinas, botequins e redações de jornais e revistas. Em todos os textos há pelo menos um escritor ou jornalista em cena, como Oscar Wilde, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Edgar Alan Poe, Nelson Rodrigues, Franz Kafka, Lima Barreto, Paulo Francis, Millôr Fernandes, Carlos Heitor Cony, dentre outros.
Tanto no volume 1 quanto no volume 2 os textos de Ruy Castro são curtos e de leitura muito agradável. Vale à pena ler as 144 páginas de “Letra e música”.
Prof. Dr. Benedito Antonio Luciano
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O lado bom da vida
Cada um de nós, em algum momento de nossas vidas, somos postos diante de tragédias pessoais que testam nossa capacidade de superação. Porém, para uma parcela da humanidade, essa habilidade não é tão forte e muitos sucumbem diante da nova realidade gerada pelo desastre. E essa é a história contada em O "lado bom da vida".
Pat Peoples é um ex-professor que após anos internado em uma instituição psiquiátrica, se vê imerso em uma realidade que ele desconhece, na qual todos a sua volta seguiram adiante com suas vidas. Neste novo contexto, ele se lança em uma busca incessante pelo aperfeiçoamento e em uma mudança de sua perspectiva em relação ao mundo. Dessa vez, ele só quer enxergar as coisas boas a sua volta, repassando para o leitor lições de vida simples e delicadas vindas de um mente confusa, perdida e quase infantil.
Neste contexto, surge Tiffany, alguém tão emocionalmente danificado quanto ele, recém saída de um ciclo de compensação de sua própria tragédia pessoal. A garota, interpretada no filme por Jennifer Lawrence, tinha o sexo como uma forma de tentar recuperar a presença de seu marido, morto há alguns anos em um acidente de carro.
Esse encontro de almas danificadas guia o livro no qual é alternado o ponto de vista de ambos os personagens, embora Pat domine a maior parte do tempo. Com isso, a história consegue emocionar, provocar empatia, despertar sentimentos e resgatar ensinamentos simples de superação, utilizando uma narrativa leve baseada em uma situação de certa forma perturbadora. Um livro de diálogos inteligentes, uma trama refinada e situações realísticas.
Thyago Monteiro
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Dicas de Filme
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Gênio Indomável
O filme “Gênio Indomável”, dirigido por Gus Van Sant, conta a história de Will Hunting (Matt Damon), um jovem com várias passagens na polícia e que trabalhava como zelador no MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Nesse instituto, o renomado professor de matemática Gerald Lambeau (Stellan Skarsgård) costumava colocar, em um quadro, problemas matemáticos incrivelmente complexos para seus alunos responderem, raramente recebendo uma resposta. Até que certo dia, eles começaram a ser solucionados por alguém desconhecido, o que surpreendeu o professor, principalmente, ao ver que era Will que os resolvia.
Ao perceber a genialidade do rapaz, Gerald o procurou bastante até encontrá-lo perante a um juiz, em uma audiência por ter cometido uma agressão. Ele foi preso e Lambeau conseguiu sua liberdade condicional, caso ele ficasse estudando matemática e fosse à terapia. Will aceitou, mas resistiu bastante às terapias, mudando constantemente de psicólogo, até que passou a se consultar com Sean McGuire (Robin Williams), velho conhecido do professor.
A dualidade entre a rebeldia e a genialidade de Will faz com que o espectador se envolva com a personagem, sempre na ansiedade de como Hunting vai agir após cada terapia. O filme conta ainda com a participação de Ben Affleck, como Chuckie, grande amigo dele, e de Minnie Driver, como Skylar, a namorada de Will.
Um roteiro muito bom, ganhador do Oscar de Melhor Roteiro de Filme em 1998, contando com a presença de atores brilhantes, dentre os quais Robin Williams, que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante no mesmo ano, graças à sua excelente atuação nesse filme. O que não deixa dúvidas de que não se pode deixar de assistir “Gênio Indomável”.
Daniel Abrantes Formiga
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Elysium
O filme Elysium, do diretor Neil Blomkamp, retrata uma parte da vida de Max da Costa no ano de 2154.
No tempo em que o filme se passa, a sociedade que vive na terra alcançou um nível extremo de diferença social, ao ponto de que as cidades mais populosas do planeta se assemelharam às favelas, e as pessoas mais ricas se mudaram para uma nave chamada de Elysium. Nela, têm-se as melhores tecnologias disponíveis para aquela época, até uma máquina que pode ser intitulada de “sonho da medicina moderna", pois é capaz de detectar e curar qualquer tipo de doença rapidamente. Além disso, os moradores levam uma vida confortável, de luxo, muito melhor do que a levada pelos habitantes da Terra.
A trama começa a se desenrolar quando Max, que vive na Terra, sofre um acidente no trabalho, restando-lhe apenas mais alguns dias de vida. Ele então resolve tomar uma atitude desesperada para conseguir sobreviver: decide que vai para Elysium usar umas das máquinas do milagre. Entretanto, para ir até lá existe uma condição: deve-se ter muito dinheiro, o que Max não tem. Dessa forma, ele começa a tentar ir clandestinamente.
O filme possui uma dura crítica referente à desigualdade social e uma perspectiva de como as coisas podem se tornar em alguns anos, levando em consideração à desigualdade social e a falta de solidariedade. O filme mostra que os moradores de Elysium consideram os habitantes da Terra, pobres, trabalhadores, vivendo em situação subumana, como pragas que devem ser exterminadas. Contudo, acontecem muitas reviravoltas durante o filme, deixando o espectador ansioso pelo final.
Saul Borges Nobre
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Dica de Música
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Random Access Memories
A dupla eletrônica formada pelo luso-francês Guy-Manuel de Homem-Christo e pelo francês Thomas Bangalter ganhou destaque novamente no ano de 2013 com o lançamento de Random Access Memories, o quarto álbum de estúdio da banda.
O primeiro single do álbum foi disponibilizado para download um mês antes da data de lançamento do CD. Em pouco tempo a música intitulada Get Lucky tornou-se hit de grande sucesso. Além de sua boa sonoridade, o single chamou a atenção devido à colaboração vocal de Pharrell Williams e a presença de diversos instrumentos não eletrônicos, o que foge um pouco à proposta inicial da banda, que se definia como house music.
O lançamento do CD repercutiu positivamente tal qual o single que fora lançado um mês antes e apesar de confirmar a mudança do estilo da dupla, não deixou a desejar quanto à qualidade do álbum. Vale lembrar, entretanto, que elementos da música funk, rock e baladas sempre estiveram presentes nos trabalhos anteriores da banda, mesmo que este álbum tenha fugido das origens dela.
É perceptível que a música do Daft Punk tem muito mais letras hoje do que nos seus primeiros trabalhos, tornando o álbum um pouco pop. Além disso, um número considerável de colaborações foram feitas em sua composição: Julian Casablancas, Pharrell Williams e Todd Edwards são alguns dos artistas que deixaram sua marca nas músicas de Random Access Memories.
Ao escutar o álbum, é possível perceber certa sincronia entre as faixas. Por exemplo, os acordes da música Within são os mesmos da sucessora Instant Crush. O ritmo do álbum é quase sempre o mesmo, o que causa a impressão de que não há a passagem das faixas.
O longo período que o Daft Punk passou sem grandes lançamentos foi bem recompensando, afinal a dupla recebeu quatro Grammys: Melhor Álbum (Random Access Memories), Melhor Gravação do Ano (Get Lucky), Melhor Atuação Pop de um duo ou grupo (Get Lucky) e Melhor Disco de Música Eletrônica ou Dance (Random Access Memories). Um prêmio de Melhor Engenharia ainda foi concedido aos técnicos responsáveis pela gravação, produção e mixagem. Com tantas premiações, não há dúvidas de que vale a pena escutar Random Access Memories do Daft Punk.
Hugo Gayoso Meira Suassuna de Medeiros
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