Dicas de Livro
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Claro Enigma
Publicado originalmente em 1951, pela Livraria José Olympio, e relançado em 2012, pela Editora Companhia das Letras, “Claro Enigma” não é um livro de fácil leitura. Composto por 42 poemas, o livro é apoiado em três vigas mestras: o Carlos Drummond de Andrade clássico, o poeta maduro e o Drummond filosófico, preocupado com as coisas do mundo e da vida. Em termos de forma, encontramos em “Claro Enigma” sonetos alexandrinos rimados (dois quartetos e dois tercetos; abad//abad//cde//cde) e outras formas poéticas mais livres. Em termos de conteúdo, encontramos poemas densos e poemas longos, alguns até certo ponto cansativos e difíceis de serem digeridos, como por exemplo, “A mesa”. A linguagem poética oscila entre o coloquial e o erudito. O amor, a vida, a memória e a herança cultural são alguns temas elaborados com esmero e maestria técnica por que fez da palavra a sua matéria; não apenas a palavra, mas o tempo.
Prof. Benedito Antonio Luciano (Tutor do PET Elétrica da UFCG)
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Orgulho e Preconceito
Dizem que o tempo leva embora todas as coisas. Contudo, publicado pela primeira vez em 1813, o livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, mostra que duzentos anos ainda não foram suficientes para satisfazer a sentença inicial. A popularidade da obra continua presente em virtude das diversas adaptações televisivas e cinemátográficas, além de literárias, inspiradas pela trama austeniana. A cada ano são vendidas 50.000 cópias do romance apenas no Reino Unido, sem contar os downloads eletrônicos gratuitos, já que a obra não está mais sujeita aos direitos autorais.
Abordando a Inglaterra em meados do século XVIII , o livro trata do jogo de sentimentos e aparências entre o nobre Fitzwilliam Darcy e uma simples filha de camponeses, Elizabeth Bennet, a Lizzy. Sua irmã Jane, o amigo de Darcy, a mãe histérica, e outros diversos personagens colaboram para a formação de situações condizentes para o final cujos fatores que o resultaram são o que mais surpreendem.
Em uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista e protofeminista, Lizzy, a heroína do romance, por meio de sua personalidade forte, ajuda Jane Austen na crítica sutil de comportamentos da sociedade inglesa da época, por meio de discursos geniais e muito além de seu tempo, justificando como ainda hoje a obra estabelece sua ostentação no panteão dos grandes clássicos. Em um período no qual boas qualidades são ingresso para uma vida considerada digna, basear-se em primeiras impressões é um erro em que Jane Austen contribui perpetuando as consequências, fundamentadas na verossimilhança de suas palavras.
Emilly Rennale Freitas de Melo
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Dicas de Filme
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As Vantagens de Ser Invisível
O filme “As Vantagens de Ser Invisível”, dirigido por Stephen Chbosky, traz Charlie (Logan Lerman), um jovem de 15 anos que acabou de entrar no colegial e possuía grande dificuldade de interagir com outras pessoas, devido a acontecimentos do seu passado que o deixaram com depressão.
Durante uma aula de artes, Charlie encontra pela primeira vez com Patrick (Ezra Miller), um veterano, um tanto quanto alternativo. No jogo de futebol americano de sua escola, o garoto conversa com Patrick, que o apresenta à sua meia-irmã Sam (Emma Watson), e a partir daí os dois apresentam a ele um novo mundo.
Após algum tempo, o garoto percebe que está perdidamente apaixonado por Sam e começa a fazer de tudo para que ela consiga ser aprovada em uma universidade no fim do ano. Nesse meio tempo, ela começa mais um relacionamento amoroso, deixando-o com muito ciúme e dando espaço para que ele iniciasse seu primeiro namoro, com uma menina chamada Mary Elizabeth (Mae Whitman), o qual não foi duradouro.
O estado emocional de Charlie é um assunto recorrente no filme e sempre que ele fica muito triste com algo, sua depressão volta a aparecer. Não sabendo a sua real causa, a imagem da sua tia que morreu durante sua infância está intimamente relacionada a ela, o que o perturba muito, causando algumas tendências suicidas.
A instabilidade emocional do garoto, seu amor platônico, todas as brincadeiras feitas por Patrick, tornam a história muito contagiante e divertida, trazendo em diversos momentos pontos de reflexão e com certeza você não deixará de assisti-lo!
Daniel Abrantes Formiga
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O Hobbit : A Desolação de Smaug
O filme trata da continuação da aventura vivida pelo hobbit Bilbo Bolseiro, junto à sociedade estabelecida entre ele, os anões e o mago Gandalf. Dentre os anões, está o herdeiro do trono dos anões, Thorin, o qual viu seu povo ser dizimado pelo dragão Smaug há muito tempo e que desde então sonha com a oportunidade de se vingar e recuperar o seu reino e todas as suas riquezas.
O filme conta com uma trama incrível. Ele ainda faz conexões muito boas entre a história que está sendo apresentada e a trilogia do Senhor dos Anéis, uma vez que esse conto aconteceu antes da história vista na trilogia.
Neste filme, os anões tentam chegar até a montanha antes que o último dia de Durin ocorra, ou melhor, até que a última luz do dia de Durin ocorra, luz a qual fará com que a fechadura da porta para o reino será finalmente mostrada. Porém, conta com diversos empecilhos e conflitos no meio do percurso.
Ocorre, ainda, um contato entre os anões e os elfos da floresta negra, os quais deram as costas aos seus então aliados, no dia em que Smaug, o dragão, atacou a montanha e tomou posse da mesma, mostrando que uma aliança entre esses dois povos está muito distante de ser reatada.
Esse filme conta com uma atuação brilhante e de uma história envolvente de tal forma que o espectador nem chega a perceber as 2 h e 41 min de filme passarem. Os efeitos do filme foram feitos de forma impecável. Percebe-se, também, mais uma vez a direção impecável de Peter Jackson, assim como foi realizada na trilogia do Senhor dos Anéis.
Lucas Candeia Medeiros Maia
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Dica de Música
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VIVA LA VIDA OR DEATH AND ALL HIS FRIENDS
Após o sucesso dois primeiros álbuns e do terceiro, X&Y (2005), Coldplay lançou nos Estados Unidos, em 12 de junho de 2008, o seu quarto álbum de estúdio, intitulado: “VIVA LA VIDA OR DEATH AND ALL HIS FRIENDS”. Na capa, uma reprodução da famosa obra “La liberté guidant le people” do pintor francês Eugène Delacroix (1789-1863), feita em comemoração à Revolução Francesa de julho de 1830, sobre a qual, pintada com tinta branca e alguns respingos, sugerindo uma “pichação”, se destaca a frase “VIVA LA VIDA”. No encarte, além de outras referências pictóricas, que remetam à pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), e uma curiosidade: sobre um fundo azul e alguns manuscritos brancos, distingue-se uma parte do mapa do Brasil e, em letras pretas, os nomes dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Sem entrar no mérito das letras depressivas, melodramáticas e introspectivas da maioria das músicas, o que me prendeu a atenção foram a melodia, a interpretação do vocalista Chris Martin e o próprio estilo coldplayniano que, em alguns momentos, lembram a sonoridade dos Beatles.
Comparado com os álbuns anteriores, as dez músicas de “VIVA LA VIDA” me pareceram mais elaboradas, em termos de arranjo e vocalização. A primeira, intitulada “Life in technicolor”, é uma inspirada música instrumental; na segunda, “Cemeteries of London”, Chris Martin canta sem o falsete característico; “Lost!” é o título da terceira: uma balada muito bonita, acompanhada por palmas, órgão e solos de guitarra; “42” é o título da quarta, começa com um piano suave e evolui para uma bela seqüência de riffs; a quinta tem título duplo: “Lovers in Japan/Reign of love”; na sexta, “Yes”, percebe-se a influência do orientalismo de George Harrison; na sétima, “Viva la vida”, o destaque é para o arranjo de cordas e coro que servem de base para a interpretação do vocalista; na oitava, “Violet hill”, a bateria e riffs pesados se contrapõe à delicadeza do piano; a nona, “Strawberry swing”, tem um ritmo de marcante matriz africana; a décima, “Death and all his friends”, inicia com o vocalista acompanhado por um piano, evolui para um arranjo mais denso e encerra retomando a melodia onírica do tema da primeira faixa.
Prof. Benedito Antonio Luciano (Tutor do PET Elétrica da UFCG)
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