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Dicas de Livro









Cariris velhos: passando de passagem 


Para compor “Cariris velhos: passando de passagem”, o autor do livro, Pedro Nunes Filho, dividiu a obra em seis partes. Na parte I, intitulada “A terra”, são descritos: “O espaço físico”, “O caminho das águas” e a “Terra de encantamentos”. Na parte II começa “A viagem”, de fato, uma “viagem virtual” pelo Cariri paraibano, à qual o leitor é convidado a fazer, partindo do antigo aldeamento dos índios Ariú, onde hoje está localizada a cidade de Campina Grande. Na parte III, o foco é “O homem”. Nela é narrado, de forma comovente, o encontro devastador entre os povos nativos do Cariri e os invasores de seu território, os curraleiros, o que resultou no “extermínio étnico e cultural” dos índios. Na parte IV são contadas as denominadas “História que ouvi contar”, com destaque para a longa marcha dos índios Tabajaras, sob a liderança do chefe Piragibe, do litoral paraibano aos sertões do Rio São Francisco. Na parte V, o autor relata “A conquista dos sertões” pelos invasores: “Do litoral às caatingas”. Na parte VI, o tema são os “Bens culturais”, dentre os quais a herança intercultural, remanescente na arquitetura, na culinária e nos conhecimentos fitoterápicos adquiridos em decorrência da relação íntima que os povos originários tinham com a natureza.

Para que o leitor dessas digitadas linhas tenha uma ideia da prosa-poética de Pedro Nunes, contida em “Cariris velhos: passando de passagem”, segue uma amostra: “Geograficamente isolado, quase sem contato com a linguagem escrita devido à ausência de escolas, o sertanejo, fruto da miscigenação entre o branco, o negro e o índio, desenvolveu de forma prodigiosa a audição, a oralidade, o ritmo e a musicalidade....Desse viés, nasceu o violeiro, bardo das caatingas. Original, único, talentoso, prodigiosamente inteligente. Sábio sem leitura, culto sem escola”.

E mais não vou adiantar, para deliberadamente aguçar a curiosidade dos apreciadores da boa literatura presente nessa obra de Pedro Nunes Filho. Isto porque, a prosa de Pedro Nunes é quase poética. O estilo literário adotado por ele está longe dos exibicionismos tediosos de pseudo-erudição, tão comum nas obras voltadas para o mundo acadêmico. Em Pedro Nunes o foco é o leitor e não os críticos literários.

Professor Benedito Antonio Luciano, tutor do PET Engenharia Elétrica da UFCG







O Cemitério



Escrito pelo mestre do terror Stephen King, “Pet Sematery” é um livro lançado na década de 1980, posteriormente adaptado para o cinema, mas sem o mesmo sucesso.

O livro conta a história de Louis Creed, que se muda para o estado do Maine com sua famíila após conseguir um novo emprego. Rapidamente, desenvolve uma boa relação de amizade com seus vizinhos da frente, o casal de anciãos Judson e Norma Crandall.

Um dia, Judson apresenta a Louis uma parte desconhecida da propriedade que este adquirira, revelando um cemitério de animais, no qual crianças enterravam seus bichinhos de estimação (daí a grafia equivocada “sematery”). Entretanto, o sombrio reside numa área mais além, um antigo cemitério indígena (à época, uma ideia mais original do que seria atualmente), com poderes que vão além da compreensão do cientista Louis.

Apesar das constantes recomendações para não “utilizá-lo”, Louis acaba por enterrar o gato da família, Church, no cemitério. Este morrera atropelado e, temendo a reação da filha, Louis resolve testar as antigas lendas. Então, o animal retorna, mas com uma personalidade completamente diferente, revelando os atributos malignos do local.

Dentre as passagens assustadoras, o livro mostra até onde Louis está disposto a ir para manter sua família, muitas vezes ultrapassando os limites da razão.

“O Cemitério” é uma leitura indispensável para os fãs de um bom livro de terror.

Vítor Silveira


Dicas de Filme






Anna Karenina


O filme dirigido por Joe Wright é a última das cinco adaptações para o cinema do romance russo de mesmo nome escrito por Lev NikolayevichTolstoii entre 1875 e 1877. Embora a história tenha mais de 130 anos, ainda permanece viva pela forte crítica social à sociedade russa da época e ao papel da figura feminina nesta sociedade.

Anna Karenina (Keira Knightley) é uma aristocrata da Rússia Czarista casada com Alexei Karenin(Jude Law), um importante ministro do governo. Apesar de ter todas as suas necessidades supridas e um filho, Anna sente-se vazia. Ao viajar para consolar sua cunhada, que vive uma crise conjugal devido à infelicidade do seu marido, ela conhece o Conde Vronsky (Aaron Johnson) que passa a cortejá-la.

A princípio, ela tenta fugir, mas acaba cedendo a esse amor proibido. Decide-se então separar-se de Karenin, infringindo as leis sociais da época e traindo os papéis cabíveis a uma mulher: o de esposa e mãe. Anna representa a crítica mais feroz e ao mesmo tempo a demonstração de todos os subterfúgios e as mentiras nas quais se fundamenta a boa sociedade russa. Por isso a própria sociedade tem a necessidade de esconder Anna, ocultando assim os seus próprios pecados.

No começo, o telespectador percebe que tudo se passa em um palco, como se os personagens fizessem parte de um teatro. E esse recurso teatral se mantém durante todo o longa, já que as transições entre as cenas são feitas dessa forma. Por fim, "Ana Karenina" é um drama, adaptado inteligentemente da maior história de romance sobre adultério e sobre os questionamentos do amor.

Danilo Pequeno



Amnésia (Memento)


Talvez você já saiba sobre a condição de Leonard Shelby. Sua memória foi afetada após um incidente em sua casa, desde então é incapaz de reter memórias recentes. A última imagem que guarda é a de sua esposa morta no chão do banheiro.

Em poucos minutos, Leonard (Guy Pearce) pode esquecer tudo o que aconteceu até então. Para não se perder – física ou mentalmente – tem tatuado em seu corpo seu objetivo e fatos descobertos em sua busca, que o levarão a alcançá-lo. Nada conseguirá impedi-lo de matar o responsável pela sua condição e assassino de sua mulher. Leva consigo algumas fotos e anotações para se situar sobre pessoas e lugares. Isso o ajuda em encontros com desconhecidos como Natalie (Carrie-Anne Moss), Teddy (Joe Pantoliano) ou o recepcionista do hotel em que mora. Fingir naturalidade parece fácil, mas como saber no que deve confiar? Até que ponto os instintos bastam para tomar uma decisão?

A história caminha em dois sentidos: o tempo cronológico normal e o tempo inverso.Estrategicamente ordenados para manter o expectador tão confuso quanto o protagonista. Memento consegue prender a atenção de qualquer um do início ao fim, mantendo-se sempre longe do previsível.

Ana Paula Tavares de Melo


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