Dicas de Livro
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Bartleby, o Escrivão.
Wall Street. Conjunto de salas mal iluminadas de um prédio qualquer. Esse é o cenário onde um advogado burocrata conta a intrigante história de um escriturário chamado Bartleby. Ao início do texto, o narrador contextualiza sua familiaridade em trabalhar com profissionais singulares. No período anterior ao aparecimento de Bartleby ao seu escritório, ele tinha três empregados com certas peculiaridades em suas personalidades, mas nada comparado à excentricidade do futuro copista.
Bartebly era um rapaz calmo, que falava apenas para dar respostas, nunca saia e não se alimentava regularmente. Vivia como se fosse invisível ao olhar de todos, mas desde o primeiro dia demonstrou alta capacidade produtiva e eficiência nas suas cópias. Porém, um dia ao receber uma ordem, ele simplesmente se recusa a obedecer. O jeito passivo e sem energia do empregado desarma qualquer reação do patrão que por vezes tenta entender a resistência do rapaz em atender a determinados serviços e solicitações, preferindo continuar seu trabalho. Aos poucos, a convivência com Bartleby altera a rotina do escritório, forçando o advogado a tentar compreender e resolver o mistério por trás do comportamento atípico do escriturário.
Escrito por Herman Melvile (1819-1891), o livro apresenta características do Absurdismo* e aborda temas presentes também em algumas obras de Franz Kafka (1883-1924), sendo considerado um texto precursor do gênero literário. A história também possui duas versões em filmes de 1970 e 2001.
Thyago Sá
*Conflito entre a tendência humana
de buscar significado referente à vida e a sua incapacidade de encontrar algum
significado.
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O Natal de Poirot
A família Lee estava repleta de marcas do passado: traições, fugas de casa e problemas de relacionamento entre pais e filhos e irmãos e irmãs. Não havia espaço para comemorações e reuniões familiares de fim de ano. Mas para o Simeon Lee, patriarca da família, aquele Natal seria diferente. O tirânico, já cansado e doente - mas ainda sarcástico- resolveu reunir a família para “comemorar” a data - e certamente se divertir com as discussões e provocações que provavelmente aconteceriam. Os convites foram aceitos (por incrível que pareça), contudo, a “celebração” não aconteceu: na véspera do Natal, o velho foi encontrado morto em seu quarto, regado a muito sangue, com a garganta cortada.
O famoso detetive Hercule Poirot estava no mesmo vilarejo que a família Lee, a fim de passar o Natal. Ao tomar conhecimento do caso, decide ajudar o coronel Johnson e o inspetor Sugden nas investigações. Muitos mistérios cercam o crime. Como a porta do quarto de Simeon Lee poderia estar trancada por dentro? Como tanto sangue poderia ter saído de uma só pessoa? O assassinato poderia ter acontecido por várias razões. Seria pela intenção do patriarca de mudar o testamento? Seria uma vingança pelos tantos anos de sofrimento causados à senhora Lee no passado? Muitos também são os suspeitos. Seria o culpado um de seus filhos, Alfred, Davi e George? Seria uma de suas noras, Lydia, Hilda e Madgalene? Seria sua neta Pillar? Ou Stephen Farr, o filho de um velho amigo seu?
O livro, marcado por reviravoltas e aparentes contradições, parece nos falar de um crime impossível e insolúvel. Agatha Christie, em mais um de seus famosos romances policiais, mostra uma habilidade extraordinária em prender a atenção do leitor e narrar uma investigação empolgante, coesa e nada anêmica.
Júlio César Cavalcanti
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Dicas de Filme
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À espera de um milagre
1935, no corredor da morte de uma prisão sulista. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que tem John Coffey (Michael Clarke Duncan) como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.
À Espera de um Milagre (no original em inglês The Green Mile) é um filme norte-americano de 1999, do gênero drama, dirigido e roteirizado por Frank Darabont, baseado no livro homônimo de Stephen King, lançado em 1996.
Benedito Luciano
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Cinema Paradiso
A trama, dirigida pelo italiano Giuseppe Tornatore em 1988, se passa logo após o final da Segunda Guerra Mundial, nos anos que antecederam a televisão. Trata-se de um romance, eu diria, não entre duas pessoas, mas entre um garoto que morava em uma pequena cidade da Sicília e o cinema.
O filme conta a trajetória de Salvatore diVitto, mais conhecido por todos como Totó, desde a infância difícil, passando pela adolescência problemática, até a maturidade. O pequeno Cinema Paradiso era a distração local nos finais de semana e refúgio para Totó. Para estar mais próximo do que o hipnotizava, Totó tenta aproximar-se do projecionista Alfredo (Philippe Noiret), criando um forte elo de amizade com o mesmo. A infância do garoto foi marcada por um incêndio que destruiu o cinema e fez com que Alfredo perdesse a visão.
Quando adolescente, Totó, agora o projecionista do Novo Cinema Paradiso (que foi reconstruído por um habitante da pequena cidade que havia ganhado na loteria), apaixona-se e não desiste até conquistar seu amor. O romance, no entanto, foi interrompido. Totó teve que servir ao exército e a moça, ir à faculdade. Ao voltar à cidade, o rapaz percebeu que já não havia o que fazer por lá. Totó segue o conselho do amigo Alfredo, indo embora da cidade para tentar uma nova vida, tornando-se um cineasta.
Totó retorna à cidade apenas trinta anos mais tarde, com a morte do seu amigo. As lembranças que o acompanham e as surpresas que acontecerão, mudarão completamente o modo de vida que ele levava.
Bruna Larissa Lima Crisóstomo
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