Dicas de Livro
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Suave é a Noite
Suave é a Noite é um romance do escritor Francis Scott Fitzgerald. Célebre autor americano, conhecido como símbolo da geração perdida¹, Fitzgerald considerava esta a sua melhor obra, segundo ele trata-se de “uma confissão de fé”.
O romance relata a história bastante curiosa de um casal da alta sociedade que entre recepções, coquetéis e falsas aparências, deixa transparecer claros sinais de distúrbios conjugais. Em um desses episódios o leitor tem a oportunidade de conhecer a verdadeira história dos protagonistas.
Dick e Nicole Diver se conheceram em um hospício, na ocasião Dick era um dos psiquiatras e Nicole uma rica paciente que desenvolveu problemas mentais. No decorrer da história Dick se envolve com Nicole como marido e médico, enquanto ela se fortalece e se recupera Dick se torna alcoólatra.
Além da crítica mordaz a sociedade da época o livro está repleto de ironias e sarcasmo, evidenciando os efeitos do dinheiro e do status na personalidade dos personagens, que encontram nas colunas sociais a oportunidade de se esconderem da própria mediocridade.
Alguns fatos curiosos sobre esta obra é que além de ter sido ambientada na mesma época em que foi escrita, Fitzgerald e sua esposa tiveram problemas similares aos de Nicole e Dick, por este motivo o prefácio se intitula “Uma Fábula de FitZelda”. Zelda, esposa de Fitzgerald, desenvolveu esquizofrenia e foi internada em um hospital psiquiátrico. Nesta mesma época ele se rendeu ao vício do álcool e morreu pouco tempo depois.
O que torna este livro especial é a perspicácia do autor capaz de dispor uma visão crítica não só da época em que ele viveu, mas também do meio que ele próprio frequentava. Além da ousadia de falar em psicanálise no anos 20, quando mesmo pros estudiosos a área ainda era um enigma.
¹Refere-se a um grupo de escritores americanos que viveram na Europa no período entre o fim da Primeira Guerra Mundial e o início da Grande Depressão.
Ilis Nunes A. Cordeiro
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O Guardião de Memórias
“Caroline Gill tinha 31 anos e há muito esperava que sua vida real começasse. Não que algum
dia ela houvesse formulado efetivamente essa idéia. Desde a infância, no entanto, sentira que
sua vida não seria banal. Chegaria um momento - ela o reconheceria ao vê-lo - em que tudo
se modificaria.”
Lexington, inverno de 1964. Uma forte nevasca obriga o Dr. David Henry a fazer o
parto de seus filhos na pequena clínica onde trabalha. Sua esposa, Norah, dá a luz
a gêmeos: o menino Paul, nasce saudável, enquanto a menina, Phoebe, demonstra
sinais evidentes de Síndrome de Down. Ao lembrar-se de sua infância e o sofrimento
e desgaste trazidos à sua família devido à doença e morte de sua irmã, o Dr. Henry
toma uma decisão: pede a sua enfermeira, Caroline Gill, que entregue a criança a uma
instituição, dizendo à sua esposa e a todos que a menina não sobrevivera ao parto.
Comovida pela fragilidade da criança, Caroline se recusa a abandoná-la e decide sair da
cidade levando a menina consigo.
Assim, começa uma história que revela o poder de nossas decisões. O vazio deixado
pela ausência de Phoebe e o segredo guardado pelo Dr. Henry abre um abismo entre
ele e sua esposa, levando-os a se entregarem a vícios, traições e se fecharem em torno
de suas próprias angústias, deixando Paul a parte da vida dos pais. Enquanto isso em
uma cidade próxima, Caroline luta incansavelmente para dar igualdade de condições a
Phoebe em um mundo que insiste em recusá-la.
Primeiro lugar da lista dos mais vendidos do New York Times, O Guardião de Memórias
é um livro de histórias paralelas que demonstra como certas decisões mudam nossas
vidas para sempre. Sua força está no realismo de seus personagens e o detalhismo
de cada cena. É dada a oportunidade ao leitor de observar cada momento como uma
fotografia. Um livro ideal para os amantes de drama e histórias com poder de reflexão.
Thyago Sá
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Dicas de Filme
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E o Vento Levou
"No, I don't think I will kiss you. Although you need kissing badly. That's what wrong with you. You should be kissed, and often, by someone who knows how." (Rhett Butler – Gone with the Wind)
O sucesso de 1939, E o vento levou é uma produção de David O. Selznick baseado no livro de Margaret Mitchell. Com Estados Unidos durante o governo de Abraham Lincoln como cenário e em meio à Guerra Civil, o filme retrata um romance peculiar.
Durante o século XIX os Estados Unidos vivenciou a Guerra de Secessão. Existia uma configuração entre as colônias: as localizadas no Norte atravessavam um processo de industrialização, enquanto as colônias do Sul caracterizavam-se pelo latifúndio sob o trabalho escravo. Em 1865, neste cenário díspar, onze colônias do Sul determinaram sua separação iniciando uma Guerra Civil.
Scarlett (Vivien Leigh) é a filha mais velha do casal de latifundiários sulista O’Hara, ela tem um temperamento forte e possui uma fixa paixão por Ashley Wilkes (Leslie Howard). Entretanto o jovem noiva com sua doce prima Melanie (Olivia de Havilland). Paralelamente surge na trama um rapaz charmoso de caráter duvidoso, Rhett Butler (Clark Gable), completando o cenário fundamental de personagens.
O filme é dividido em duas partes, na primeira fase reporta-se ao cotidiano das famílias importantes do Sul alternada com as várias tentativas de Scarlett de conquistar Ashley. Quando a guerra é decretada a maioria dos rapazes (incluindo Ashley) vão para a luta, enquanto a jovem e mimada Scarlett atravessa os tempos difíceis na casa da prima grávida. A guerra termina e deixa um saldo negativo para o sul, muitos mortos e feridos, fazendas saqueadas, além de fome e doenças se alastravam. Igualmente trágico é o retorno de Scarlett a sua casa, onde descobre que perdera sua mãe, seus bens e seu pai está louco.
Na segunda parte do filme, a protagonista tenta sair da miséria a fim de recuperar sua terra e seus bens. Com o passar dos anos a mocinha mimada torna-se uma mulher independente e sedutora conduzindo a trama a muitas surpresas e a um desfecho surpreendente.
Um clássico que marcou a história do cinema ganhador de 10 Oscars (incluindo o de melhor filme) que gerou muitas críticas ao longo dos anos e inspirou gerações. São 233 minutos surpreendentes, um filme denso completo de paixões, drama, tragédia, humor e personagens memoráveis - um romântico na medida certa. O tempo pode ter passado, no entanto a obra que foi construída nem o vento levou...
Larissa Diniz
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De Porta em Porta
Baseado em fatos reais, “De Porta em Porta” apresenta a história verídica de um homem com paralisia cerebral que apesar de todos os problemas e preconceitos recebeu o prêmio de melhor vendedor dos Estados Unidos.
Bill Porter, incentivado por sua mãe que sempre o tratou como qualquer outra pessoa foi em busca de um emprego, ser vendedor da Watkins Company, uma empresa comercial que vendia praticamente de tudo. Inicialmente, foi recusado, pois não teria condições físicas o suficiente para exercer a função. Com opinião forte e persistência ele não deixa de lutar, e na iniciativa de desafiar o seu chefe pede para ser revendedor num bairro onde as pessoas se recusam a comprar qualquer tipo de produto da empresa.
Apesar das discriminações, ele não desiste e então consegue fazer a sua primeira venda, a qual lhe abriu espaço para inúmeras outras. O segredo do seu sucesso foi o fato de tornar a venda como uma arte que deve ser feita olho no olho, tornando-se amigo dos clientes, dando conselhos e estando presente em alguns momentos da vida das pessoas.
Além de uma história de superação e persistência que nos faz refletir que muitas vezes temos todos os recursos necessários e nos deixamos abater por pequenas coisas, trata-se também de um assunto relevante para qualquer empresa, tal como se relacionar com os clientes e transformá-los em clientes fiéis da companhia.
Desta forma, o filme tem duração de 91 minutos com autoria de Steve Schachter. Os personagens principais são interpretados por Helen Mirren, Kyra Sedgwick e William H. Macy. A confirmação que o “De Porta em Porta” foi feito com muito esmero foram as 12 indicações para o Emmy, o Oscar da TV americana, dos quais ganhou seis prêmios, inclusive os de direção, ator para Macy e roteiro. Macy e Helen Mirren tiveram também indicações ao Globo de Ouro.
Andréia Bispo Nascimento
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