Dicas
Dicas de Livro
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O Arqueiro, Bernanrd Cornwell
Estamos na Guerra dos Cem anos, França e Inglaterra
em uma rivalidade histórica disputam o comando da Europa. Milhares
vidas que se definem no ritmo de combate. Uma delas é a do jovem
arqueiro Thomas de Hockton. Há quatro anos, sua aldeia fora atacada por
um grupo de franceses liderados por um homem conhecido apenas pelo
nome de O Arlequim, ou soldado do demônio. A família de Thomas é
assassinada no ataque. O motivo: seu pai era o guardião de um dos
maiores tesouros da Cristandade, a Lança de São Jorge.
Obstinado a obter vingança e recuperar o objeto
roubado, Thomas se une ao exercito inglês, porém ele se verá em meio a
uma conjuntura que vai além de seus próprios desejos e que o colocará
na busca do Santo Graal. Ele agora é uma peça de um jogo de guerra com
regras bem definidas.
Consagrado com a Trilogia as Crônicas de Arthur,
Bernard Cornwell confirma em O arqueiro as mesmas características que o
conceituaram como escritor de romances históricos. A mistura de
história e misticismo de forma quase indistinguível, a narrativa
cheia de reviravoltas, a descrição da religiosidade e do código de
ética da época assim como a descrição extraordinária de cada batalha
são apenas alguns dos fatos que prendem o leitor do início ao fim do
livro.
Thyago Sá
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A morte de Ivan Ilitch
Recentemente tive a oportunidade de ler "A morte de
Ivan Ilitch", do escritor russo Leon Tostói. O livro conta a história
da vida do personagem principal, Ivan Ilitch, e o seu drama psicológico
e filosófico quando passa a conviver com a certeza da iminência de sua
morte. Não vou contar aqui mais detalhes da história, porque essa é
certamente uma das obras primas da Literatura mundial e merece uma
leitura prazerosa.
Mas, assim como Ivan Ilitch, todos
nós um dia vamos passar por esse misterioso acontecimento que é a
morte. Sim, a morte. Tão mitológica, tão folclórica, tão amedrontadora
para alguns, o fim ou o começo, não se sabe. Um acontecimento, ou o
acontecimento, singular da vida. A morte é paradoxal a tudo aquilo que
nós somos porque está diretamente relacionada ao existir. Cada um de
nós vive em universo particular gerado por sua consciência. Nesse
sentido é um viver solitário, já que ninguém, a não ser você, pode
saber como são os seus sentidos, seus pensamentos. Meu sentimento de
alegria ou de tristeza pode ser diferente do seu, ou não, mas nunca
poderemos comparar o que sentimos, pois os objetos de comparação estão
em universos diferentes. Talvez seja por isso que a morte nos
impressione tanto, afinal pode ser, e é muito provável que seja, o fim
de um universo, do nosso universo, tão íntimo a nós mesmos, tão
particular. No entanto, retirando o caráter subjetivo, a morte é muito
natural de ser compreendida. Bom, para quem gosta de reflexões sobre a
vida e da boa Literatura fica a dica do livro do genial Tolstói.
Edson Porto da Silva
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Dicas de Filme
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Chico Xavier
Foi notícia do jornal O Globo no ultimo dia 19: "Chico Xavier, o
filme, de Daniel Filho, é o novo sócio do clube dos dois milhões de
espectadores". Enquanto vivo, Xavier foi alvo de polêmicas e notícias.
Mais que isso, ele sempre foi uma figura extremamente popular,
independente de religiões, crenças e seitas o povo brasileiro nutriu
grande carinho e estima pela pessoa e pelos ensinamentos do médium. Era
então previsível que um filme com este tema fosse sucesso nacional de
bilheteria, fato que aparenta desencadear agora uma nova onda de filmes
espíritas e/ou baseados nos livros "do autor".
Independente disso, nas salas de cinema o que se tem
visto é uma produção razoável que beira o simplismo. Bons atores e nomes
muito famosos compõem o elenco: Tony Ramos, Cristiane Torlone, Nelson
Xavier, Ângelo Antônio, Cássia Kiss, Giovanna Antonelli entre tantos
outros conhecidos. Alguns dos personagens bem interpretados, como Chico
(na ultima fase da vida), Orlando e Glória, e tantos outros que não
atingiram bom desempenho. A trilha sonora do filme não tem qualquer
representação, beirando a miséria. Já a produção fez um ótimo trabalho
na replicação das entrevistas e nas cenas das ruas mineiras. As cenas
nos bastidores e direção das entrevistas ganharam um papel notório e
deram ao filme um rumo diferente da biografia de Chico, apesar de, no
final, convergir para o caso mais famoso do médium, quando uma de suas
cartas psicografadas foi aceita como prova num julgamento de
assassinato.
O trabalho da direção foi bem executado, sem grandes
feitos, nem grandes erros. O enredo optou pelo equilíbrio, balanceando
as cenas pesadas da vida difícil do protagonista com cenas meio cômicas e
mais leves. Deixando tudo isso muito claro, pelo próprio discurso feito
(pelo ator e por Chico) no final. Por fim, o que se vê é uma produção
nacional que não irrita, não apela e não constrange. Os que acreditam
nos feitos de Xavier certamente irão gostar os que não acreditam vão
continuar sem acreditar e não terão grande arrependimento em ter passado
duas horas na sala de cinema.
Ilis Nunes A. Cordeiro
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Viagem Inesperada para o Alaska
Diariamente imigrantes são deportados dos Estados
Unidos da América por não apresentarem o Green Card (visto permanente de
imigração). Desta forma, estas pessoas não podem fixar residência nos
Estados Unidos não sendo, portanto, consideradas cidadãs americanas.
Dentre muitas limitações, estão a de não poderem trabalhar, estudar e
realizar os seus sonhos em um país promissor. Em situação semelhante a
esta se encontra Margaret, personagem do filme A Proposta interpretada
por Sandra Bullock.
Filme considerado como "A melhor comédia do ano" e
"Engraçado de dar gargalhadas", A Proposta relata de forma hilária e
divertida a história de uma escritora canadense que reside nos Estados
Unidos de maneira ilegal. Conseqüentemente, certo dia em seu escritório a
controladora Margaret é surpreendida pela visita do desconfiadíssimo
agente de imigração. Assim a escritora às vésperas de ser deportada e
com o receio de perder status e o poder do melhor emprego de sua vida,
inesperadamente ela anuncia o seu noivado com o mais improvável
pretendente, seu escravo e assistente de escritório Andrew, interpretado
por Ryan Reynolds. Sem muita opção, já que não desejava perder o seu
emprego, Andrew concorda com o casamento, desde que Margaret aceite
algumas exigências suas, tal como publicar um livro escrito por ele. E
na tentativa de se conhecerem mais eles partem para a casa da família do
"pobrezinho" Andrew no Alaska. A partir de então um belíssimo romance
passa a se desenrolar na tentativa de provar que esta farsa de casamento
seria real (e se tornará real).
A comédia romântica mais envolvente, não só para
casais de namorados como também para aqueles que almejam se divertir e
sonhar com uma belíssima história de amor, é dirigida por Anne Fletcher,
contém um ótimo e experiente elenco de apoio incluindo Mary Steenburgen
, Betty White e Croig Nelson, (mãe, avó e pai de Andrew
respectivamente) e um lindo e implicante cachorrinho. O filme apresenta
aproximadamente cento e sete minutos de duração e é recomendado para
maiores de doze anos, devido apresentar em alguns momentos linguagem
chula e nudez. Em relação ao áudio e à gravação do filme pode-se afirmar
que é de excelente qualidade.
Esta louca e deliciosa Proposta irá fazer os
expectadores repensarem em suas posturas duras e mal humoradas com o
próximo, seja no trabalho ou no cotidiano, demonstrar o que estamos
sentindo e quem sabe passar a dizer "sim" muitas e muitas vezes ao amor
deixando de lado o individualismo e a vergonha. Por conseguinte,
preparem-se para sorrir e chorar no mais envolvente pedido de casamento.
Andréia Bispo do Nascimento
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