Prof. Dr. Edmar Candeia Gurjão
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9200464668550566
O Professor Edmar Candeia Gurjão é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (1996), mestrado em Engenharia Elétrica pela mesma (1999) e doutorado pela Universidade Federal de Campina Grande (2003). Professor do Departamento de Engenheira Elétrica da UFCG, teve a oportunidade de, em 2012, morar nos Estados Unidos em prol da realização de seu Pós-Doutorado.
A convite do Jornal PET Elétrica, o Prof. Edmar tece comentários a respeito de sua experiência no exterior.
Durante o ano de 2012 tive a oportunidade de viver e trabalhar fora do Brasil, uma experiência muito interessante que possibilitou diversas observações, algumas das quais descrevo nesse texto.
Quando se muda de país, a primeira barreira a ser superada é a língua: no meu caso, apesar de já ter experiência, senti dificuldade para entender o que era falado, por exemplo, nos sistemas de som por onde eu passava ou ainda o que algumas pessoas me diziam. Essa barreira foi sendo gradativamente superada com o passar do tempo, com a ajuda, é claro, da imersão imposta pelo dia-a-dia que vai treinando o ouvido. Porém, percebi que a maioria das pessoas se esforçavam para que eu as entendesse, isso acontecia principalmente no âmbito da universidade. Foi interessante notar como o sotaque nos denuncia, pois mesmo pessoas com biótipos idênticos aos nativos, ao começar a falar, demonstram que são estrangeiros.
O passo seguinte foi observar o quanto é prazeroso viver num lugar onde as regras são obedecidas e os serviços funcionam. Fatos simples como respeitar as placas de sinalização - numa rua com uma placa de Pare, os carros param mesmo sem ter ninguém cruzando, o motorista do ônibus espera que as pessoas se acomodem para sair e assim evitar que elas tenham sobressaltos, dentre outros exemplos.
A universidade que visitei também me trouxe várias surpresas boas. Ver como o professor é valorizado nessas instituições, como as instalações são boas, limpas e bem mantidas. Os espaços de estudo disponibilizados para os alunos também chamam a atenção, uma biblioteca com um acervo bom e atualizado, ambientes silenciosos e propícios para o estudo, com muita gente estudando 24 horas por dia. Isso mesmo, a biblioteca funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Por curiosidade visitei outras universidades no país onde estava e os fatos citados acima foram observados em todas elas. Por sinal, os prédios e monumentos nessas escolas são tão bem cuidados que funcionam com pontos turísticos: algumas pessoas fazem turismo pela universidade e sempre há um guia que orienta o visitante e explica o significado de cada ponto. Os ex-alunos visitam as escolas onde estudaram e com orgulho mostram aos filhos os locais por onde passaram.
Observei, por outro lado, a solidão dos estrangeiros, mesmo os que já moravam há muitos anos naquele país. As pessoas que foram para passar um período curto, como eu, não eram tão afetadas por esse fenômeno, pois devido ao pouco tempo, tem-se que aproveitar ao máximo e com isso surge a sensação de que o tempo passa mais rápido. Porém, para quem estava a mais tempo, notei a necessidade de manter contato com conterrâneos ou ainda de participar de algum grupo que os acolha.
Para não me alongar, paro por aqui. Em outro texto detalharei outras experiências e observações.
Edmar Candeia Gurjão